A cultura e os valores do nosso tempo tem mudado, e divergido muito de tempos de outrora.
A idéia de fidelidade pressupõe amar, estar, conviver e permanecer sempre comprometido com alguém. Um princípio de lealdade ao relacionamento se encontra embutido na fidelidade.
Entretanto, boa parte de nossa sociedade "mente para seu parceiro". Ser infiel ao outro nem sempre corresponde à prática fora de casa de um encontro casual ou permanente com alguém. Ele como sempre começa acontecer primeiramente no coração.
Embora seja um sentimento, um envolvimento emocional, já é estabelecimento de uma gênese de infidelidade. Fala-se muito hoje em sexo virtual, relacionamento virtual, envolvimento virtual... sugerindo ligações amorosas e afetivas entre pessoas por meio de vínculos na internet.
Infelizmente tal prática tem destruído inúmeros casamentos. Cresce o índice de divórcios cujas raízes se encontram em relacionamentos que começaram em sites de amizades.
É infiel a pessoa casada que mantêm um relacionamento afetivo e enamorado com alguém através de um site, por email, ou qualquer outro meio eletrônico? Sim, também isto é infidelidade. O ato embora não tenha sido consumado, já caracteriza um caso consumado no coração.
Quando Jesus disse que "se um homem olhar para uma mulher com intenção impura, já cometeu adultério para com ela". Ele se referia à infidelidade conjugal. O fato de desejar alguém além do cônjuge, caracteriza intenção de estar com ela. A questão é, neste caso, que se você desejar ter um a relação sexual com uma pessoa que não é seu cônjuge, é bem provável que se tivesse oportunidade você consumaria o fato.
Assim não existe fidelidade quando se manifesta o desejo de trair alguém. A traição nunca será subjetiva, ou como dizem hoje: virtual.
Há maridos e mulheres que justificam:
* Eu não fiquei com ele, ou com ela. Foi apenas um papo!
* Eu tava muito carente, ai rolou um clima!
* Eu não tinha intenção de trair você...
O fato é que já traiu. Só não existe infidelidade quando não existe intenção de estar, compartilhar, desfrutar, gozar, transar, com outra pessoa aquele sentimento que deveria com seu cônjuge.
Todo sentimento de paixão, amor ou sexual de afeto nutrido por alguém fora do casamento é uma forma de infidelidade, pois já foi concebido no coração... de onde, segundo Jesus, procedem todos os desejos. ( Mt 6:28).
Assim, precisa de tratamento quem está vivendo nesta dimensão de traição. O adultério consumado no coração é o princípio dos conflitos da alma. Quem alimenta um relacionamento paralelo, mesmo que "virtual", "cibernético", "Inernético" alimenta um problema que desaguará nas vias da dor. Seja ela relacional, social ou psíquica.
O melhor caminho é entender que uma vez não resolvido te levará de um abismo a outro, indo de mal a pior, por mais prazeroso que pareça no início. A sugestão bíblica é "fuja de toda a aparência do mal". ( I Tess. 5:22).
Salve seu casamento. Ainda que seu parceiro não saiba do que está acontecendo haverá um momento que ele sentirá a diferença em seu comportamento. O que é pior, é que você mesma acabará se afastando dele tanto emocionalmente quanto sexualmente.
Alimentar um relacionamento com alguém fora do casamento nos moldes que você tem alimentado criará um ciclo vicioso onde cada dia que passa você desejará estar mais perto desta pessoa até que se renderá ao desejo de ser possuída por ele.
Não dê ouvidos às amigas que incentivam você, dizendo que você tem todo o direito de ser feliz. Sua felicidade começa onde e com quem você um dia decidiu desenvolve-la.
O que posso deixar de conselhos para voce, são as palavras do sábio:
"Bebe água da tua fonte, e das correntes do teu poço.
Derramar-se-iam as tuas fontes por fora, e pelas ruas os ribeiros de águas? Sejam para ti só, e não para as estranhas contigo.
Seja bendito o teu manancial, e alegra-te com o homem da tua mocidade."
(Provérbios 5:15-18)